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O novo jogo das fintechs: o futuro está em quem embute finanças.

O Banco Central acaba de mudar as regras do jogo. As novas exigências de capital mínimo — que saltam de R$ 1 milhão para até R$ 9,2 milhões — podem parecer um obstáculo para quem sonha em criar uma fintech. Mas, para quem entende o movimento, esse é o ponto exato onde a oportunidade do Embedded Finance se consolida.

Felipe Angelozzi

11/5/20252 min read

O Banco Central acaba de mudar as regras do jogo.
As novas exigências de capital mínimo — que saltam de R$ 1 milhão para até R$ 9,2 milhões — podem parecer um obstáculo para quem sonha em criar uma fintech.
Mas, para quem entende o movimento, esse é o ponto exato onde a oportunidade do Embedded Finance se consolida.

A medida do BC tem um objetivo legítimo: fortalecer o sistema financeiro, garantindo que apenas empresas com solidez e governança adequada operem.
O efeito colateral, porém, é claro — abrir uma fintech do zero ficou mais caro, mais demorado e mais regulado.
E isso muda completamente o mapa de oportunidades no setor.

Se antes a estratégia era “criar uma fintech”, agora o jogo é embutir serviços financeiros em negócios que já têm cliente, operação e confiança no mercado.
É o ERP que oferece antecipação de recebíveis.
É o marketplace que paga seus vendedores via split.
É a plataforma que cria experiências financeiras dentro do seu próprio ecossistema.
E tudo isso sem precisar de licença própria — basta se integrar a quem já tem.

Com o aumento das barreiras regulatórias, as empresas licenciadas e de infraestrutura (BaaS) passam a ter um ativo raro: a licença.
E as empresas não reguladas, por outro lado, possuem o ativo mais poderoso de todos: a relação com o cliente.
O verdadeiro futuro das fintechs está em quem souber combinar esses dois mundos — criando soluções de Embedded Finance que geram valor real, sem precisar nascer como uma instituição financeira.

Mas o movimento não para por aí.
O próprio modelo de Banking as a Service também está no radar regulatório do Banco Central.
A proposta em discussão — a Consulta Pública nº 108/2024 — busca estabelecer regras mais claras sobre como essas plataformas devem operar.
A intenção é boa: garantir transparência e segurança.
Mas o setor teme que, ao impor limites sobre com quem as empresas podem se conectar e exigir certificações complexas, a regulação acabe concentrando o mercado em poucos players e encarecendo o custo de inovação.
É o paradoxo da maturidade: quanto mais sólido o sistema fica, mais caro pode ser inovar dentro dele.

No fim das contas, a mensagem é clara.
O aumento das exigências de capital e a regulação do BaaS não significam o fim da inovação — significam que ela precisa amadurecer.
O futuro não pertence apenas às fintechs.
Pertence a quem entender como transformar o financeiro em infraestrutura invisível, embutida e escalável.

E mais do que nunca, é importante lembrar: ter licença e estar regulado te torna responsável pelo profundo conhecimento da operação, vigilância com os itens regulatórios e compromisso com o compliance.
O Banco Central não interrompe a modernização iniciada há mais de 20 anos — ele apenas reforça uma mensagem: o mundo das fintechs fomenta a inovação, mas exige seriedade, governança e responsabilidade.

Em resumo: o próximo unicórnio talvez não seja um banco digital.
Pode ser o seu ERP, o seu marketplace ou a sua plataforma SaaS.